“PARA MIM, POESIA NÃO É INVASÃO OU FUGA, MAS SIM LIBERDADE CRIADORA,
LUGAR INTEMPORAL DE TODAS AS POSSIBILIDADES. PODE E DEVE SUBVERTER, SUBLIMAR,
EXALTAR E DESPERTAR…
A POESIA É REFLEXÃO, É UM UNIVERSO SEM FIM.”
— Arminda Lopes


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As Fadas - Por Antero de Quental

As fadas... Eu creio nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, à beira do mar...

Algumas em fonte fria
Escondem-se, enquanto é dia,
Saem só ao escurecer...
Outras, debaixo da terra,
Nas grutas verdes da serra,
É que se vão esconder...

O vestir... São tais riquezas,
Que rainhas nem princesas
Nenhuma assim se vestiu!
Porque as riquezas das fadas
São sabidas, celebradas
Por toda a gente que as viu...

Quando a noite é clara e amena
E a lua vai mais serena,
Qualquer as pode espreitar,
Fazendo roda, ocupadas
Em dobar suas meadas
De ouro e de prata, ao luar.

A Luz de Vaga-Lumes - Por Dilma Barrozo

A Luz de Vaga-Lume
é um soneto dedicado a lembrança de sua vovó Filhota

com coragem
com muita coragem
o pequenino vaga-lume
rompe a negra
imensidão

solitário
ilumina a si mesmo
mostra-se

o pirilampo
em busca do seu próprio
caminho
por mais que seja escuro
o mundo
é ele o seu próprio lume














A Luz de Vaga-Lume - Por Dilma Barrozo
Fonte: Livro Velhas Sábias
Tributo às que vieram antes de nós
Colaboração: Marilice Candeias 

Maria, Mãe de Minha Mãe - Por Adriana Freitas

Carrego Maria em meu ser,

Sou neta de Maria,

Mãe de Marias,

Marias me ensinam a viver!


Maria, Mãe de Minha Mãe - Por Adriana Freitas

Fonte: Livro Velhas Sabias

Tributo às que vieram antes de nós

Colaboração: Marilice Candeias


O dia mais feliz de minha vida

ONTEM,
Fiz aniversário,
Meu time foi campeão,
Ganhei na loteria,
Ganhei um carro novo,
Recebi aumento de salário, e,
Fiz a viagem de meus sonhos,
Mas, HOJE,
Hoje é o melhor dia de minha vida,
Porque, O ONTEM passou!
Passou no tempo, e,
Não resgato as emoções vividas,
HOJE...,

A começar de amanhã... - Por Tadany

A começar de amanhã...
Iniciarei a viver meu presente
Esquecerei as angústias do passado
Serei um expansivo fogo ardente
Construirei um novo legado

A começar de amanhã...
Viverei mais consciente da morte
Morrerei cada segundo mais cônscio da vida
Edificarei minha própria sorte
Entregarei meu amor àquela querida

A começar de amanhã...
Desvalorizarei supérfluas preocupações
Agradecerei todos os regalos que recebo
Fundamentarei a essência em realizações
Materializarei todos os sonhos que concebo

A começar de amanhã...
Plantarei mais esperança nos campos da existência
Alimentarei a fé que me criou
Compartilharei fraternidade em cada vivência
Exaltarei a igualdade que nos congregou

Passagem I – Por Neuza Cabral Barroca

"Passagem I"

Nada posso fazer contra

os anos que passam.

A cada dia que passa

diminui minha estada aqui.

Luto contra o tempo

para que minha jornada

seja completa.

Pois agora entendi

o que vim fazer aqui

procurar esclarecer os que me cercam.

Mostrar-lhes o caminho a seguir.

na esperança de que a cada dia, que amanheça

essa luz maravilhosa possa também

iluminar seus espíritos.

Fazendo-os ver a verdade.

E assim encontrarem a felicidade que encontrei aqui...

Passagem I – Por Neuza Cabral Barroca

Colaboração: Pintura de Aline Barroca





Caminhos e o nosso Livre Arbítrio - Por Neusa Cabral Barroca


"Caminhos e o nosso Livre Arbítrio"


Os caminhos da vida são difíceis.
E nós temos que lutar muito para vencê-los.
De toda luta vamos sempre tirando uma boa lição e apreendendo a lidar com nossos problemas.
Não viemos aqui para parar no meio do caminho e sim para percorrê-lo com altruísmo, amor e compreensão.
E ensinar este mesmo caminho, as sementes que deixamos para continuar a evolução através dos tempos.
Veja a beleza que nos cerca  com os olhos da alma e poderás sentir toda essa grandeza, no sorriso inocente de uma criança ,no alegre cantar dos pássaros e no pequeno riacho de águas claras e murmurantes.
Fazer as coisas certas é difícil mas não impossível.
Errar é mais fácil, mas vale a pena galgar palmo-a-palmo o caminho da libertação e sentir-se vitorioso, conquistando-se a si próprio.

Caminhos e o nosso Livre Arbítrio - Por Neusa Cabral Barroca
Colaboração: Aline Barroca

O africano – Por Mário de Alencar

Costuma estar ao sol, de pé, junto à porteira
Da fazenda, onde, escravo, arrastou toda a vida.
De um dos olhos é cego, e já do outro a cegueira
Lhe vai grudando à face a pálpebra caída.





















Uma linda na cabana – Por Luís Delfino

Esta linda que vês junto à cabana,
Velha, gasta, pedindo-te uma esmola,
Teve na terra benfazeja a escola
Do trabalho, do amor, da luta humana.











Deixou a pátria tórrida africana

São Valentim - Por Carolina Barros

Eu moro aqui num sítio

Num sítio de agradar

É um sítio tão belo

Que até tem amor no ar


Eu não moro na Terra

Moro num sítio distante

É um sítio maravilhoso

É muito brilhante


Eu adoro o meu planeta

É a minha inspiração

E o nome dele

É planeta coração!

São Valentim - Por Carolina Barros

Gotas de orvalho nas folhas da roseira - Por William Vicente Borges

Acordei bem cedinho hoje.
Dei bom dia ao sol,
e me despedi da lua
que ainda dava o ar da sua graça.









Havia uma neblina que cobria
todo aquele lindo vale.
Os pássaros me receberam
com alegres cânticos angelicais.

Meu pijama combinava com
a multi cores deste raiar do dia.
Borboletas bocejavam enquanto
pousavam sobre as flores.

Fado Final - Por Fernando Pessa


FADO FINAL 
Por tantas vezes ter ido à Severa
Eu, que era simplesmente um locutor
Sinto-me agora, embora muito bera,
Do fado, um terrível cantador

E quando p’rà cova for por destino,
Em ‘squife bizarro vou nesse dia
Irei num caixão super-heterodino
Do feitio duma telefonia!

À cabeceira a servir d’almofada
Levarei um transmissor d’onda curta!
Co’a feita em pó, cinza, terra e nada
Ninguém a ouvir-me, creio, se furta

E então, lá de longínquas paragens
Eu vos falarei nas noites de inverno
Fazendo divertidas reportagens...
Só não sei se do Céu...se do Inferno!

(Música: Do Fado do Marceneiro
Letra: Fernando Pessa)
Além de jornalista, foi um poeta, escreveu o Fado Final
que está escrito no Livro Peça por Pessa

Fonte: Um Farol Na Margem Sul do Tejo

A paz – Por Neuza Cabral Barroca

Paz, uma palavra tão falada através dos tempos.
Em todos os tempos se falou,
E se procurou manter a paz.













Entre as nações do mundo,
Entre várias religiões,
Entre a humanidade,
Na luta constante entre o próprio homem.

A paz é tão simples,
A paz pode ser encontrada,
No sorriso de uma criança,
Na pureza de sua inocência.

A paz pode ser encontrada,
Contemplando a beleza da natureza,
No alegre cantar dos pássaros,
Na água murmurante de uma pequena cascata,
No encontro feliz de velhos amigos,
No favor prestado a um desconhecido,
Na ajuda que podes dar,
Ao teu semelhante,
Sem nada esperar de volta.
A paz é estar feliz consigo próprio...

A paz
Por Neuza Cabral Barroca
Colaboração: Aline Barroca

Canção do exílio - Por Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.














Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Folhas de Outono... – Por Neuza Cabral Barroca

Amarelecidas pelo tempo
Crestadas pelo sol
Vão rolando ao sabor do vento.

Assim é a nossa vida:
Nascemos e crescemos
Ficamos adultos e envelhecemos
Como as folhas de outono.

Nossa vida se desfolha no sussurrar do vento
Tal como as folhas caem,
Ao longo do caminho,
Deixando por onde passam, suaves lembranças
Do bem que fizemos na nossa efêmera caminhada...














Folhas de Outono...
Por Neuza Cabral Barroca

Neuza Cabral Barroca homenageia o Solar Luiz de Mattos... - Por Aline Barroca


Eis que se ergue majestoso,
no Rio de Janeiro grandioso,
o solar Luiz de Mattos.


Que os nossos olhos encanta
com seus jardins floridos, com
o frondoso tamarineiro, nos lembrando
a firmeza das mãos que o plantaram.


Sua presença grandiosa, sente-se
em tudo que deixou.


Espírito de LUZ que, em sua passagem
brilhante, deixou seu rastro luminoso
a nos indicar o caminho a percorrer.


Procuramos seguir seus passos
amando, continuando sua obra,
pois ela é um farol a iluminar
todas as almas desejosas de aprender.


O nosso viver é uma constante em
busca de lapidar sempre mais o
nosso espírito na caminhada do amanhã...


Neuza Cabral Barroca homenageia o Solar Luiz de Mattos...
Por Aline Barroca .

Tens que fazer - Por João Batista Silva

Tens que fazer faça com amor,
Mas, nada faça por temor,
Ou em troca de um favor,
Faça sim pelo prazer de fazer,
Da necessidade de querer,
Da necessidade de viver.
 A vida em si não é sina,
 E tampouco graça divina,
 Mas trabalho de oficina,
 Que no mundo de estágio,
 O espírito planeja o ágio,
 Que lapide seu apanágio
Se for poeta cante um verso,
Se fores frade reze no terço,
Se fores fim vire começo,
Pois, até na verde pastagem,
Onde o muar rumina a forragem,
A cerca, cerca a paisagem.

Os quatro elementos - Por Joaquim Saial

No recente lançamento do livro “Poemas para a hora de ponta”,



Nosso poeta Joaquim Saial, nos brindou uma interessante e observadora trova, onde numa pachorrenta madrugada, narrou a natureza em movimento;

"Poema Inédito"

Os quatro elementos

Era ainda noite cerrada,
quando o poeta se levantou.
Urinou,
descarregou o autoclismo,
lavou as mãos,
bebeu água
e, através da janela,
viu a chuva
e o rio que ela engrossava.

O vento soprava ameaçador,
fazendo estalar o arvoredo
e a roupa esquecida nos estendais.
Abanava telhas,
águas-furtadas,
para-raios
e cataventos
e fazia remoinhos de folhas no ar.

Para aplacar a insónia,
o poeta colocou um tronco na lareira,
acendeu-a e acendeu nela um cigarro,
antes de ver uma reportagem na tv
sobre os incêndios desse verão.

Já raiava a manhã,
quando a tempestade amainou
e ele saiu para a horta,
para sentir o cheiro da terra molhada
e ver como o barro descido da encosta
lhe melhorara a propriedade,
tapando covas que antes tinha.

O sono voltou ao poeta.

Mas antes de adormecer de novo,
decidiu ali mesmo que o último poema
do livro que estava a acabar
se intitularia "Os quatro elementos",
banda visual da sua insónia.

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