“PARA MIM, POESIA NÃO É INVASÃO OU FUGA, MAS SIM LIBERDADE CRIADORA,
LUGAR INTEMPORAL DE TODAS AS POSSIBILIDADES. PODE E DEVE SUBVERTER, SUBLIMAR,
EXALTAR E DESPERTAR…
A POESIA É REFLEXÃO, É UM UNIVERSO SEM FIM.”
— Arminda Lopes


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FINAL DE ATO

Adespois de tanto amô
De tanto beijo gostoso
De tanto chêro cheroso,
Nóis briguêmo.
Foi uma briga fatá.
Ela me disse: Acabou-se.
Eu disse: isso mêmo:
Acabou-se...tudo.
E nóis dois fiquêmo mudo
Sem vontade de falá.
Cada um fez sua trôxa
E na hora da partida,
Nem se oiêmo.
Xinguêmo. Sim...
nôs xinguêmo
Cumo se póde xingá:
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---Eu te odeio
---Eu te desprezo
---Bába de cururu.
---Mandinga de sapo seco.
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Ocê vai prô Norte?
Eu vô pro sul.
Nunca mais quero te vê...
Nem noticia quero tê.
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Eu juro pro Deus do céu...
Nunca mais quero te vê
Nem pintada de caivão
Lá no muro do quintá...
E se eu contigo asonhá
Acordo e faço três crui...
Crui...crui...crui
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O Brasí é muito grande
Dá bem pra nôs separá
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Ela engoliu um saluço
Eu engoli bem uns quatro...
E larguei o pé no mato
.
Passou-se tanto tempo
Que nem é bão recordá.
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Onti nóis dois se encontrêmo.
Ninguém tento desfarça.
Eu parti pra riba dela
Com um fogo ascêso no oiá
Ela me deu um arrôxo
Que se eu sô um cabra frôxo
Tava aqui em dois pedaço.
E foi tanto bejo gostoso
Foi tanto chêro cheroso.
Entonce nóis se alembrêmo
---O BRASÍ é tão pequeno,
Não dá pra nôs separá.
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Fonte: Fundação Padre Anchieta - TV Cultura - SR BRASIL
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FINAL DE ATO
Marilita Pozzolli
Colaboração de Jocelino Sôares

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