Este, que teve a fama e à gloria tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.
No imenso espaço do seu meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, primeiro claro do luar,
El-Rei Dom Sebastião.
Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia no seu amplo de desejo,

À madrugada do Quinto Império,
Doira as margens do Tejo.
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PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Fernando Pessoa
Colaboração: Ana Paula Oliveira