“PARA MIM, POESIA NÃO É INVASÃO OU FUGA, MAS SIM LIBERDADE CRIADORA,
LUGAR INTEMPORAL DE TODAS AS POSSIBILIDADES. PODE E DEVE SUBVERTER, SUBLIMAR,
EXALTAR E DESPERTAR…
A POESIA É REFLEXÃO, É UM UNIVERSO SEM FIM.”
— Arminda Lopes


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Fado Final - Por Fernando Pessa


FADO FINAL 
Por tantas vezes ter ido à Severa
Eu, que era simplesmente um locutor
Sinto-me agora, embora muito bera,
Do fado, um terrível cantador

E quando p’rà cova for por destino,
Em ‘squife bizarro vou nesse dia
Irei num caixão super-heterodino
Do feitio duma telefonia!

À cabeceira a servir d’almofada
Levarei um transmissor d’onda curta!
Co’a feita em pó, cinza, terra e nada
Ninguém a ouvir-me, creio, se furta

E então, lá de longínquas paragens
Eu vos falarei nas noites de inverno
Fazendo divertidas reportagens...
Só não sei se do Céu...se do Inferno!

(Música: Do Fado do Marceneiro
Letra: Fernando Pessa)
Além de jornalista, foi um poeta, escreveu o Fado Final
que está escrito no Livro Peça por Pessa

Fonte: Um Farol Na Margem Sul do Tejo

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