FADO FINAL
Por tantas vezes ter ido à Severa
Eu, que era simplesmente um locutor
Sinto-me agora, embora muito bera,
Do fado, um terrível cantador
E quando p’rà cova for por destino,
Em ‘squife bizarro vou nesse dia
Irei num caixão super-heterodino
Do feitio duma telefonia!
À cabeceira a servir d’almofada
Levarei um transmissor d’onda curta!
Co’a feita em pó, cinza, terra e nada
Ninguém a ouvir-me, creio, se furta
E então, lá de longínquas paragens
Eu vos falarei nas noites de inverno
Fazendo divertidas reportagens...
Só não sei se do Céu...se do Inferno!
(Música: Do Fado do Marceneiro
Letra: Fernando Pessa)
Além de jornalista, foi um poeta, escreveu o Fado Final