Esta linda que vês
junto à cabana,
Velha, gasta,
pedindo-te uma esmola,
Teve na terra
benfazeja a escola
Do trabalho, do
amor, da luta humana.
Deixou a pátria
tórrida africana
Pelo Brasil, onde é
soberba a flora;
E, no país, em que
ela é livre agora,
Viveu um
tempo soberana.
Misturou o seu
sangue ao nosso sangue,
O seu suor, no
campo, ao suor da aurora,
Deu força e alento
ao nosso corpo langue.
Helena, inda hoje
embala-nos nas sestas,
Como ria no lar
conosco outrora,
E eram suas também
as nossas festas...
Uma linda na cabana
Por Luís Delfino