Minha terra tem
palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho,
à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem
primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que
eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Canção do exílio
Por Gonçalves Dias
Coimbra - julho 1843
Comentário do Senhor
Luiz de Mattos, exposto no livro "Vibrações
da Inteligência Universal".
Debaixo desta linda
atmosfera (que chamamos céu) tropical, desta luz brilhante, sente-se a
Inteligência Universal nos grandes poetas, desde os tempos coloniais até a
nossa época, e dentre eles destacamos Gonçalves Dias, o belíssimo cantor da sua
terra, cujas palmeiras, onde canta o sabiá, não tem rival no mundo; em Fagundes
Varela, Castro Alves, Casemiro de Abreu, que fariam a honra e a glória de
qualquer país, sem contar muitos outros de que está cheio o Brasil, e que tão
admirável sabor, colorido e vida tem sabido dar à poesia nacional.
Nessas partículas da
Inteligência Universal, produzindo coisas maravilhosas, próprias suas, sente-se-a
bastante, para se poder afirmar que só a pode negar quem não sabe sentir, não
sabe amar, não sabe respeitar a si mesmo e aos seus mais queridos. Por Luiz de
Mattos
Colaboração: Rute Helena Macário