“PARA MIM, POESIA NÃO É INVASÃO OU FUGA, MAS SIM LIBERDADE CRIADORA,
LUGAR INTEMPORAL DE TODAS AS POSSIBILIDADES. PODE E DEVE SUBVERTER, SUBLIMAR,
EXALTAR E DESPERTAR…
A POESIA É REFLEXÃO, É UM UNIVERSO SEM FIM.”
— Arminda Lopes


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09 de Julho - Dia da Revolução Constitucionalista de 1932 - Nossa Bandeira - Por Guilherme de Almeida

Assim escreveu o poeta no calor da Revolução Constitucionalista de 1932 - Nossa Bandeira

Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças de guerra
Cercando o chão dos paulistas!


Prece alternada, responso
Entre a cor branca e a cor preta:
Velas de Martim Afonso,
Sotaina do Padre Anchieta!

Bandeira de Bandeirantes,
Branca e rota de tal sorte,
Que entre os rasgões tremulantes,
Mostrou as sombras da morte.

Riscos negros sobre a prata:
São como o rastro sombrio,
Que na água deixara a chata
Das Monções subido o rio.

Página branca-pautada
Por Deus numa hora suprema,
Para que, um dia, uma espada
Sobre ela escrevesse um poema:

Poema do nosso orgulho
(Eu vibro quando me lembro)
Que vai de nove de julho
A vinte e oito de setembro!

Mapa da pátria guerreira
Traçado pela vitória:
Cada lista é uma trincheira;
Cada trincheira é uma glória!

Tiras retas, firmes: quando
O inimigo surge à frente,
São barras de aço guardando
Nossa terra e nossa gente.

São os dois rápidos brilhos
Do trem de ferro que passa:
Faixa negra dos seus trilhos
Faixa branca da fumaça.

Fuligem das oficinas;
Cal que das cidades empoa;
Fumo negro das usinas
Estirado na garoa!

Linhas que avançam; há nelas,
Correndo num mesmo fito,
O impulso das paralelas
Que procuram o infinito.

Desfile de operários;
É o cafezal alinhado;
São filas de voluntários;
São sulcos do nosso arado!

Bandeira que é o nosso espelho!
Bandeira que é a nossa pista!
Que traz, no topo vermelho,
O Coração do Paulista!

Nossa Bandeira – Por Guilherme de Almeida

Viveram pouco para morrer bem/ Morreram jovens para viver sempre

A frase é uma homenagem aos mártires da Revolução Constitucionalista e, segundo a Assembleia Legislativa de São Paulo, sua autoria é atribuída a Guilherme de Almeida.


Além de poeta, Guilherme de Andrade e Almeida foi tradutor, dramaturgo e ensaísta. Nascido na cidade de Campinas em 1890, teve participação ativa na Revolução Constitucionalista de 1932, alistando-se de maneira voluntária como soldado. Vale o destaque histórico de que Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a ser eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1930.

Fonte: Hepáticas e G1

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