“PARA MIM, POESIA NÃO É INVASÃO OU FUGA, MAS SIM LIBERDADE CRIADORA,
LUGAR INTEMPORAL DE TODAS AS POSSIBILIDADES. PODE E DEVE SUBVERTER, SUBLIMAR,
EXALTAR E DESPERTAR…
A POESIA É REFLEXÃO, É UM UNIVERSO SEM FIM.”
— Arminda Lopes


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CONDENAÇÃO FATAL

Ó Mundo, que és o exílio dos exílios,
um monturo de fezes putrefato,
onde o ser mais gentil, mais timorato
dos seres vis circula nos concílios;
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Onde de almas em pálidos idílios
o lânguido perfume mais ingrato
magoa tudo e é triste, como o tato
de um cego embalde levantando os cílios;
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Mundo de peste, de sangrenta fúria
e de flores leprosas da luxúria
de flores negras, infernais, medonhas;
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Oh! como são sinistramente feios
teus aspectos de fera, os teus meneios
pantéricos, ó Mundo, que não sonhas!
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CONDENAÇÃO FATAL
João da Cruz e Souza (1861-1898)
Colaboração: Thiago Monfredini

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