Mulher
Por Martinho de Mello Andrade
Mulher, minha irmã,
Mulher, minha amante,
Mulher, minha esposa,
Mulher, minha filha,
Mulher, minha amiga!
Que altar sagrado de preservação da espécie,
Porta aberta de santificação para a vida,
Entre as flores do imenso jardim da natureza,
És a mais bela, ó Mulher!
És a síntese de todos os perfumes
E o cálice de todos os néctares!
És a fonte do amor, do prazer e da dor:
Porque não da dor, se ela é o elemento
Que eleva o cadinho à incandescência,
Matriz para o nascimento de um novo ser?
Não te esqueço, ó mulher!
Tu e eu, somos “ Eu”
Eu e tu, somos “Tu”:
Somos dois corpos num coração,
Mulher é mãe d’ humanidade!
Mulher
Por Martinho de Mello Andrade
Poema Mulher publicado no Livro “EMBAIXATRIZ" - COMENTÁRIO sobre o poema e do livro pelo escritor exilado LUIS ROMANO
Autor de vários livros, Famintos - 1962 Clima - 1963 Renascença - 1967 Negrume - 1970 Ilha - 1991 |
Além de enaltecer a divina virtude, essencial
e carismática da MÃE universal, o polígrafo MARTINHO DE MELLO ANDRADE também
canta, em seis idiomas diferentes, sentimental elegia que sublima e enforma a simbiose resultante do AMOR
humano, e se esplende na derivante existencial da MULHER genetriz, ao revelar
faceta moralizadora que lança aos ventos das lestadas que sopram sobre as ILHAS
DE CABO VERDE, na esperança de atingir quem dela muito urgentemente precisa: -
Conterrâneos da Nova Geração.
Tanto assim é que, ao abordar o binómio
Família /Terceiro Mundo, incide na necessidade de se consolidar um Equilíbrio
social; aponta para a ameaça do Desemprego na Subnutrição; denuncia a
propagação impensada do Vício; lamenta a decadência da Dignidade individual;
concluindo: esses flagelos actuais desenvolvem situações que narcotizam Países carentes e vitimados
pelos artifícios do Neocolonialismo – Económico Internacional.
Neste posicionamento é que se enobrece e
explica-se o Fraternal humanismo que o Escritor MARTINHO DE MELLO ANDRADE
imprimiu em sucinta colectânea de “Situações”, a simbolizar agitada bandeira
assinalando perigo entre escolhos da nossa actual Kriolanda, onde o Mar e o Nativo continuarão presentes…
Sempre!
Por Luis Romano
Janeiro 1997/Brasil